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O papel fundamental de Cloud para a infraestrutura digital de empresas da América Latina

No ‘IDC Infrastructure & Cloud Roadshow Brazil’, a consultoria expôs os três ventos que estão que estão transformando o mercado na região, bem como o papel de liderança das soluções em nuvem para enfrentar novos desafios de negócios.

Segundo a IDC, o futuro da transformação digital para os novos modelos de negócios está baseado em Cloud e na sua aceleração, permitindo que tecnologias inovadoras surjam para apoiar os modelos de negócios digitais e alinhem a adesão de tecnologia e a governança de TI com os resultados, explicou Luciano Ramos, Country Manager da IDC Brasil, durante o ‘IDC Infrastructure & Cloud Roadshow Brazil’.

No evento participaram executivos da Dell Technologies, Noesis, SUSE, Microsoft, Alteryx, Ascenty, Outsystems, Vmware, Arlequim Technologies e a Dedalus.

Ramos apresentou três aspectos para reflexão durante sua fala. O primeiro é que os ambientes de TI estão se tornando cada vez mais híbridos e distribuídos, passando a incorporar capacidades de nuvem – e, muitas vezes, múltiplas nuvens– para atender aos diferentes requisitos de cada workload. O segundo é que um dos principais facilitadores da inovação digital é ter uma abordagem por software bem desenvolvida, e as plataformas Low-code e No-code passam a ser fundamentais, de modo a reduzir riscos e eliminar lacunas de conhecimento. Por fim, a modernização de aplicações já considera, em grande parte dos casos, a habilitação dos workloads para arquiteturas de Cloud, sendo um movimento importante para a evolução do consumo de nuvem de maneira verdadeiramente otimizada, com maior controle e capacidade de automação.

Para esclarecer esse momento de transformações, Luciano Saboia, diretor de Pesquisa e Consultoria de Telecomunicações da IDC Brasil para a América Latina, contextualiza que o mundo está passando por um cenário econômico desafiador e de incertezas e, por isso, a IDC acredita que três ventos de mudança estão soprando intensamente sobre as empresas de tecnologia da América Latina:

  • Headwinds: (escassez de profissionais capacitados, restrição da cadeia de suprimentos e pressão inflacionária) são ventos contrários que batem de frente às empresas.
  • Crosswinds: (incertezas políticas, ameaças de cibersegurança, conflito Rússia-Ucrânia e recessão americana) são ventos que estão fora do ambiente corporativo, mas que causam um certo impacto nos negócios.
  • Tailwinds: (recuperação do orçamento pós-pandemia, aceleração digital, demandas dos consumidores, renovação de arquiteturas e sistemas legados) estão no domínio e influência das empresas soprando a favor delas”.

Crescimento da nuvem

Diante desse cenário de incertezas, desafios e mudanças, a IDC perguntou para tomadores de decisão de empresas de tecnologia latino-americanas, no estudo IDC Latin America IT Investment Trends 2023, quais itens farão parte de suas principais iniciativas de TI em 2023:

  • Segurança de Cloud e segurança de TI (38%)
  • serviços gerenciados (37%)
  • mobilidade empresarial (32%)
  • gerenciamento de TI (30%)
  • nuvem híbrida e infraestrutura de Cloud (20%)

“A partir do estudo, fica claro que as iniciativas estratégicas de TI se concentram na evolução das aplicações de negócio e da infraestrutura para seguir avançando com segurança para a nuvem. As empresas demonstraram preocupações de investimentos tanto pragmáticos quanto digitais, buscando inteligência, maior gestão e governança”, disse Saboia.

Outro estudo que comprova o momento de protagonismo da nuvem é o IDC Predictions Brazil 2023, que trouxe, entre as dez tendências do mercado brasileiro de TI e Telecom para 2023, a previsão de que os aspectos de governança e gestão dos ambientes de Cloud direcionarão as tomadas de decisão nas empresas. “Maior ênfase na otimização e redução dos custos de nuvem por meio de automação e avanço do FinOps devem estimular os investimentos em provedores de serviços gerenciados. Além disso, a TI terá de priorizar estratégias que simplifiquem a gestão e a conectividade com a nuvem, tornando os ambientes híbridos e Multicloud mais eficientes”, conta Saboia.

Em nível global, o estudo IDC Worldwide ICT Spending Industry and Company Size 2022 mostra que todos os mercados relacionados à infraestrutura de TI vão continuar se expandindo nos próximos anos, mas a nuvem pública vai crescer com maior velocidade e aumentar o share em relação aos demais. “Existem oportunidades e espaço de crescimento para todas as infraestruturas de TI, seja de forma tradicional, modelos privados, públicos e híbridos. Porém, é evidente que nenhuma tecnologia de infraestrutura cresce na mesma velocidade da nuvem pública, que deve ter uma taxa de crescimento composta anual (CAGR) de 36,6% e movimentar US$ 6,3 bilhões até 2026”, prevê Saboia.

Falta de desenvolvedores

A IDC também acredita que a escassez global de desenvolvedores de software qualificados continua sendo um grande obstáculo para as empresas que buscam modernizar seus legados e atingir as metas de inovação digital.

Por outro lado, as tecnologias Low-code e No-code aumentam a produtividade dos desenvolvedores profissionais e habilitam colaboradores fora da TI a criarem soluções digitais, mitigando assim os efeitos dessa escassez de mão de obra especializada. 

A IDC estima que o déficit de desenvolvedores profissionais deve alcançar a marca de 4 milhões em todo o mundo até 2025, enquanto a população de profissionais não-TI, que fazem uso de Low-code e No-code, está crescendo três vezes mais rapidamente que o número de desenvolvedores especializados.

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