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Tráfego na rede de computadores ainda é uma carroça ou engasga na partida?

Os gestores de TI devem considerar um conjunto de ações paraimpulsionar a governança e estabelecer melhores políticas de uso de rede de aplicações e tomada de decisão dos gestores de TI e administradores de rede é facilitada e contribui nas correções necessárias.

Há exatos três anos nós questionamos se o tráfego da rede corporativa das organizações era uma carroça. Passado este tempo tivemos a oportunidade de observar grandes avanços nos processos gerenciais e tecnologias empregadas para acelerar a TI e todo o arsenal tecnológico que dá sustentação às operações de negócios.

Levando-se em conta que são inúmeros os fatores que podem provocar a lentidão da rede corporativa e das aplicações de software, era de se esperar que os gestores de TI conseguissem avançar bastante em suas ações para garantir a aceleração na TI. No entanto, ainda notamos que muita coisa necessita ser observada.

Mesmo com os melhores processos gerenciais e tecnologias disponíveis –e temos certeza disso– os negócios evoluem e utilizam uma enorme quantidade de processos digitais, o que –definitivamente– consome muita banda de rede e de internet, congestionando fortemente a infraestrutura de TI e exigindo o emprego de ferramentas tecnológicas mais avançadas. Com o aumento acentuado do consumo de serviços via dispositivos móveis para uma infinidade de serviços disponíveis no mercado, o acesso aos sistemas aumenta exponencialmente. Isso é quase um poço sem fundo.

Soma-se a isso, a necessidade de se ter mente que o tráfego lento e a baixa resposta das aplicações podem ter várias origens, a começar por uma banda de rede e de Internet mal dimensionada, sobrecarregada em servidores e sistemas e erros na configuração de sistemas e dispositivos.

É de consenso geral do mercado que a ausência de atualizações de sistemas, plugins, navegadores, componentes diversos também contribui fortemente para elevar o consumo de máquina das estações de trabalho e de toda a rede, impondo à equipe de suporte uma sobrecarga de trabalho cada vez maior. Portanto, é mandatório dispor de ferramentas tecnológicas que sejam capazes de aliviar este martírio e garantir a saúde da TI e dos colaboradores em suas atividades cotidianas. Devemos lembrar ainda que a pandemia levou todo mundo para trabalhar em casa –e boa parte das organizações se mantém no trabalho remoto ou híbrido–, o que demandou, e ainda demanda, mais atenção à segurança do trabalho a distância e, consequentemente, das aplicações que passaram a ser acessadas de fora para dentro das empresas.

O elevado tempo de resposta de aplicações entra nesta conta e faz com que os usuários reclamem que o “computador não anda” parecendo uma carroça, acionando a equipe de suporte repetidas vezes. Ou seja, se as redes corporativas melhoram nos últimos anos e são mais rápidas, mas por qual motivo boa parte delas se “engasga” ao dar a partida?

Lentidão na rede = atraso nos processos de negócios

Qualquer empresa, seja pequena, média ou grande, pode sofrer com o congestionamento da rede de aplicações, independentemente do número de usuários existentes e conectados ao mesmo tempo aos sistemas. Para superar este desafio, podemos recapitular aqui alguns passos importantes:

Visibilidade da rede: Os gestores de TI necessitam ter conhecimento sobre tudo o que acontece na rede de aplicações para que possam ter o controle sobre os recursos de TI. Para isso, necessitam realizar a coleta de informações sobre a visibilidade do ambiente de TI, realizar o inventário de ativos e aplicações. Existem ferramentas que facilitam este trabalho. Não será possível obter esta visibilidade sem elas;

Atualização de hardware: Assim como milhões de empresas ainda trabalham com o Windows 7, é verdade que boa parte delas ainda possui um parque de hardware desatualizado. É possível encontrar antigos computadores com apenas 1 GB de memória e pouca capacidade de processamento de máquina. Pode-se pensar em um plano de ação em que a modernização das máquinas comece por áreas mais críticas aos negócios;

Criar alarmes sobre as ocorrências: Os gestores de TI precisam ter a capacidade de atuar prontamente no caso de incidentes em toda a rede de aplicações, e quanto maior esta rede, mais difícil ter o controle sobre ela. Um aumento inesperado de consumo de aplicações e da banda da rede e internet deve ser avisado imediatamente. Priorizar os alertas sobre ocorrências mais críticas é fundamental, para evitar que fatos secundários tomem conta da situação e deixem os gestores sobrecarregados;

Monitoramento e otimização dos recursos de TI e a rede corporativa: Aliada aos passos anteriores, esta é uma tarefa cotidiana vital para melhorar o tráfego de dados e as respostas das aplicações empresariais. A partir do uso de ferramentas especialmente projetadas para esta finalidade, é possível identificar gargalos, padrões de comportamento de tráfego, acessos não autorizados internos ou externos (incluindo invasão de códigos maliciosos).

Ao considerar este conjunto de ações, os gestores de TI podem impulsionar a governança e estabelecer melhores políticas de uso de rede de aplicações e tomada de decisão dos gestores de TI e administradores de rede é facilitada e contribui nas correções necessárias, desde o dimensionamento adequado dos recursos, isolando as causas, reforçando a segurança e garantindo a satisfação dos usuários.

Os recursos de TI são limitados e saber como otimizar esta estrutura é fundamental para que possam ser bem ajustados com a finalidade de impactar positivamente nos resultados dos negócios.

Sobre o autor: Marco Catunda é CTO da Telcomanager, fornecedora de tecnologias de monitoramento de redes corporativas.

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