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A videoconferência mudou os paradigmas do trabalho e da educação no Brasil

À medida que as organizações retornam aos escritórios, desenvolvem novos modelos de trabalho ou começam a dimensionar suas soluções de hardware, a necessidade de oferecer suporte aos funcionários onde eles estão e como eles se comunicam assume o centro do palco.

O biênio passado pode ser visto como o período em que a humanidade se reinventou e tirou o máximo proveito da tecnologia.

As novas ferramentas, particularmente as relacionadas à comunicação, levaram a mudanças nas áreas de produtividade e educação e deixaram marcas permanentes na sociedade, muitas delas significativas.

Um a dessas ferramentas é o Zoom, que em muito pouco tempo deixou de ser um aplicativo utilizado por algumas instituições para se tornar praticamente sinônimo de reunir funcionários, empregadores, estudantes, professores e membros da família.

A ComputerWeekly Brasil teve a oportunidade de entrevistar Nicolas Andrade, diretor de Relações Governamentais do Zoom no Brasil na América Latina e Espanha, e ele compartilhou conosco seu ponto de vista sobre o crescimento e as oportunidades da empresa em terras brasileiras.

Em dois anos de pandemia, o Zoom mudou a forma de comunicação. Quais foram os impactos mais relevantes dele no Brasil até agora?

Nicolas Andrade: Durante a pandemia, muitas pessoas, grupos e empresas aderiram ao Zoom para realizar atividades que antes eram feitas quase que exclusivamente de forma presencial. O Zoom trabalha para melhorar a experiência dos serviços em videoconferência. Estamos focados em facilitar a vida dos consumidores finais e disponibilizar recursos onde quer que o usuário esteja. No Brasil, notamos um grande impacto em diferentes segmentos. Podemos citar, por exemplo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma das instituições de ensino mais respeitadas do Brasil. Enquanto, infelizmente, muitas organizações estavam fechando suas portas, a FGV selecionou as soluções Zoom para garantir seu funcionamento. O resultado foi impressionante: houve forte adesão à plataforma Zoom, garantindo a interação de professores e alunos e o número de candidatos em vestibulares para graduação em tecnologia subiu e bateu recordes históricos. Destacamos também que o acervo documental no Rio de Janeiro, o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (FGV CPDOC), pode ser visitado virtualmente por estudantes de qualquer parte do Brasil ou de outros países. Além disso, a instituição tornou possível a matrícula de alunos estrangeiros em seus cursos, ampliando suas fronteiras por meio do Zoom.

Qual é o perfil atual do usuário brasileiro?

Nicolas Andrade

Andrade: Em todo o mundo, o Zoom é usado para o desenvolvimento de negócios, colaboração no trabalho, conexão pessoal etc. No Brasil não é diferente. Ficamos felizes em poder conectar tantas pessoas e grupos e fazer parte dessa transformação que a tecnologia é capaz de proporcionar, conectando pessoas e viabilizando o que antes era impensável. No ano de 2020 - ao compararmos o mês de abril versus o mês de janeiro - registramos no Brasil um crescimento de 31 vezes no número cadastros de usuários gratuitos e um crescimento de três vezes no número de usuários/clientes pagos para empresas com dez ou mais empregadores.

Qual é a participação de mercado do App em comparação à concorrência?

Andrade: Várias pessoas e organizações encontraram uma maneira de habilitar suas atividades usando plataformas de comunicação por vídeo, e o Zoom foi a escolha para grande parte delas em todo o mundo. O Zoom fornece conferências online, onde os usuários podem conversar face a face ou apenas usando áudio. A empresa expandiu-se em popularidade nos últimos dois anos. Podemos destacar três motivos pelos quais somos tão fortes neste mercado: 1) Temos uma interface acessível: a missão do nosso fundador e CEO Eric Yuan é fornecer uma experiência melhor do que seus concorrentes, com o objetivo de tornar a experiência ainda melhor do que reuniões presenciais. 2) Aderência: o modelo adotado pelo Zoom levou os clientes a renovar seus pacotes de assinaturas. O Zoom se concentra em permitir que os clientes usem determinados recursos gratuitamente e, em seguida, atualizem para recursos premium se quiserem. 3) Questões ambientais. Esta é outra preocupação contínua para as empresas, é quanto à presença global, e o Zoom permite reuniões presenciais pela web. Um valor central do Zoom é o “cuidado” e, dentro dele, as mudanças climáticas. Eric Yuan também acredita que reduzir as viagens é vital quando faz parte do objetivo reduzir as emissões de CO2 usando o Zoom para viabilizar as atividades.

Em sua análise de conectividade, como está o Brasil em comparação com outros países da região e do mundo?

Andrade: A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciaram em 2021 um acordo para o mapeamento de demandas de serviços de telecomunicações. O projeto se chama "Crowdsourcing for Digital Connectivity in Brazil" e prevê a identificação das áreas com maiores necessidades de investimento em infraestrutura de conectividade a partir de crowdsourcing (dados fornecidos pelos próprios usuários) e cruzamento de informações. Essa e outras iniciativas feitas pelos órgãos responsáveis no Brasil estão possibilitando a conectividade e isso é importante para nós, porque viabiliza o acesso aos recursos tecnológicos de forma cada vez melhor.

Qual foi a estratégia para que o Zoom se tornasse uma das ferramentas mais utilizadas para manter os serviços de educação e produtividade atualmente?

Andrade: O Zoom se tornou referência na transformação digital de muitas empresas. Nossa estratégia foi ouvir nossos clientes e as diferentes necessidades que surgiram. Dessa forma, nós nos tornamos parte de uma mudança cultural muito grande para muitas pessoas e empresas que se viram em um desafio devido à necessidade de migrar em pouco tempo para o ambiente virtual. Aqui destacamos novamente o exemplo da FGV, que reuniu professores e demais colaboradores para dar continuidade ao trabalho, inclusive realizando aulas no formato online. Veja aqui que, além de transformar a forma como as atividades são realizadas, ajudamos a instituição a crescer seus negócios, aumentando o número de alunos e ampliando suas fronteiras. Isso acontece com muitos outros empreendimentos que adotam o Zoom no Brasil e na América Latina.

O que devemos esperar das empresas no mundo pós-pandêmico?

Andrade: No Zoom nós acreditamos que o trabalho híbrido continuará impulsionando o crescimento após a pandemia. Não podemos perder o que conquistamos neste período tão difícil. Ainda vivemos muitos desafios que continuam nos motivando a buscar melhores condições para viver e até mesmo alcançar uma melhor qualidade de vida. O modelo híbrido permite muitos ganhos e reduções de custos. São muitos os benefícios para destacar. As empresas viram que o modelo híbrido funciona e estamos em processo de consolidação. Enquanto isso, novos recursos surgem para ampliar o escopo de nossas soluções.

O que a empresa tem feito para cumprir com o LGPD?

Andrade: O Zoom presta serviços em múltiplas jurisdições onde temos que trabalhar com diferentes exigências determinadas pelas leis de privacidade e proteção de dados. O Zoom protege informações pessoais e adota melhores práticas reconhecidas e requeridas por diferentes leis de privacidade e proteção de dados no mundo todo. Conforme a demanda, o Zoom aplica esforços para cumprir com as leis das jurisdições em que opera, incluindo o GDPR, o CCPA e a LGPD.

Você pode nos falar um pouco sobre os planos do Zoom para ajudar as empresas a se comunicarem e se conectarem melhor no Brasil?

Andrade: O Zoom adicionou transcrição e tradução multilíngue para Zoom calls. Também estamos trabalhando no desenvolvimento do Zoom Whiteboard, uma tela digital que permite que funcionários remotos e internos interajam via whiteboard virtual. Muitas pessoas podem escrever no quadro branco digital de um desktop ou de um tablet. E também o Zoom Rooms Smart Gallery - que exibe vários feeds de câmera de reuniões presenciais para participantes remotos, para que seja possível ver melhor todos - incluindo feeds de vídeo individuais de participantes presenciais. Também introduzimos a ferramenta "Contact Center", o mais recente produto para complementar nossa linha de soluções de comunicação e colaboração. O Zoom Contact Center eleva a experiência de atendimento ao cliente por meio de interações otimizadas para vídeo. A solução estará disponível no Brasil ainda este ano.

Além do software, o Zoom também oferece ou recomenda Hardware? Quais empresas colaboram com você para ajudar as empresas a ter as melhores soluções?

Andrade: Temos o Hardware do Zoom como um serviço que permite que pessoas e empresas se conectem em qualquer lugar. Consideramos que as organizações em todo o mundo dependem das mais recentes soluções de tecnologia e hardware para impulsionar seus negócios. No entanto, com os avanços tecnológicos acontecendo em um ritmo tão rápido, essas organizações também precisam de um método econômico e altamente escalável para receber as mais recentes inovações de equipamentos. O Hardware como Serviço (HaaS) do Zoom oferece a empresas de todos os tamanhos um método simplificado de fornecer tecnologia IP à sua força de trabalho. Seja equipando salas de conferência, centros de negócios, reservas de espaço de trabalho, lobbies ou qualquer outra coisa, o HaaS do Zoom oferece o alcance para permitir que as empresas se conectem em qualquer lugar. À medida que as organizações retornam aos escritórios, desenvolvem novos modelos de trabalho ou começam a dimensionar suas soluções de hardware, a necessidade de oferecer suporte aos funcionários onde eles estão e como eles se comunicam assume o centro do palco.

O que você considera ser a melhor história de sucesso no uso de sua ferramenta recentemente?

Andrade: A história de sucesso da Fundação Getúlio Vargas (FGV) é muito relevante para nós. A entidade superou diversos desafios e continua utilizando o Zoom para realizar reuniões, aulas, webinars e muitos outros eventos. A FGV, com inputs do Zoom, treinou seus professores e funcionários em 15 dias e teve seu material didático adaptado em formato digital. No início, muitos professores não se sentiam à vontade diante do vídeo com os alunos do outro lado da tela. Além disso, a prática comum de dividir as salas de aula em grupos de estudo menores para um acompanhamento mais preciso e dedicado não parecia funcionar no ambiente virtual. No entanto, as soluções adotadas pela FGV em parceria com o Zoom trouxeram outra perspectiva. Na primeira semana, já foi possível mensurar a aceitação dos alunos em relação à nova configuração das turmas. Houve uma forte adesão de todos ao novo formato, com presença expressiva e excelente aproveitamento dos conteúdos. Isso surpreendeu os professores e gestores da Instituição. Ao final do primeiro mês, quase 200.000 aulas on-line foram ministradas com sucesso.

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