O futuro da hiperautomação está nos dados saudáveis

Embora as organizações tenham alcançado um alto nível de maturidade em transformação digital, elas agora ainda se deparam com um problema igualmente crítico: como aproveitar esses dados e transformá-los em inteligência acionável?

Não importa o que as empresas estejam buscando fazer – otimizar a cadeia de suprimentos, aumentar o engajamento do cliente, reduzir custos ou aumentar a produtividade – os dados são o que impulsionam o insight e a tomada de decisão. Então, é melhor cuidar bem deles.

Segundo a Deloitte, as organizações que possuem forte cultura analítica têm duas vezes mais chances de superar as suas metas de negócios. Isso explica por que a IDC prevê que as empresas estão aumentando seus investimentos em tecnologias que gerenciam e analisam dados.

Para obter insights acionáveis e reagir na velocidade necessária no mundo acelerado dos negócios de hoje, o futuro da integração de dados será mais do que apenas movimentar dados entre sistemas. A integração estará no centro de uma cultura analítica, transformando dados em insights que transformam os negócios. A hiperautomação dos processos gerenciais é o passo seguinte a ser alcançado.

Atualmente, a maioria dos sistemas de TI fornece insights apenas dentro de um silo de dados específico e, geralmente, a aplicação que gera os relatórios está apenas associada ao sistema que está sendo utilizado. Como resultado, a integração tem sido principalmente realizada ponto a ponto, movendo dados entre um sistema de back-end para outro, como acontece na transferência de dados entre o CRM e o ERP, ou qualquer outro que esteja sendo utilizado.

Esse processo de integração de sistemas ponto a ponto deixa as organizações com uma visão muito limitada quando se trata de obter inteligência acionável de múltiplas fontes de dados. Por exemplo, você pode combinar os custos com honorários de técnicos de reparo internos e o tempo gasto pelo gerente na supervisão das atividades relacionadas à manutenção, mas não conseguiria analisar esses dados juntamente com a perda de lucro quando o equipamento apresenta funcionamento inadequado. O ideal seria que se conseguisse não apenas reunir todas essas fontes de dados para análise, mas também fazê-lo em tempo real, para que se possa priorizar o trabalho de manutenção e entregar os melhores resultados de negócios.

Infelizmente, na maioria das organizações, existem silos de dados entre todos os sistemas. Não é de se surpreender que 51% dos profissionais de ERP afirmam que a integração de dados limitada é um dos principais obstáculos para aproveitar os dados do sistema de gestão e atingir os objetivos de negócios estabelecidos.

À medida que as fontes de dados se multiplicam, será ainda mais imperativo para as organizações a integração total das suas fontes de dados. Para isso, as empresas devem buscar alcançar novos níveis de agilidade e melhorias de processos a partir da adoção de tecnologias qualificadas e à prova de futuro.

As organizações têm passado por muitas transformações na última década, gerando novas fontes de dados. Quase metade (48%) dos profissionais de ERP afirma que suas organizações planejam adicionar 10 ou mais fontes de dados nos próximos 18 meses. Como resultado, o volume de dados para serem analisados só aumenta.

Embora as organizações tenham alcançado um alto nível de maturidade em transformação digital, elas agora ainda se deparam com um problema igualmente crítico: como aproveitar esses dados e transformá-los em inteligência acionável?

As soluções de integração de dados do futuro precisarão resolver muito mais do que simplesmente conectar sistemas. A plataforma de integração deve estar no centro, conectando todas as fontes de dados e sistemas de back-end e enriquecendo esses dados como parte de uma solução geral de gerenciamento e análise de dados de negócios. Com isso, é possível conseguir extrair insights rápida e eficazmente, proporcionando-lhes uma visão abrangente para compreender o panorama geral e tomar medidas imediatas para melhorar os resultados do negócio.

Para fazer isso de maneira eficaz, a integração também deve ser capaz de apoiar as estratégias de hiperautomação para garantir o acesso a dados interdepartamentais, garantir a remoção de silos de dados e promover a inteligência acionável que permita tomada de decisão com base nos insights em tempo real.

A hiperautomação no tratamento qualificado dos dados

O Gartner define a hiperautomação como uma abordagem disciplinada que as organizações utilizam para identificar, avaliar e automatizar rapidamente o máximo possível de processos de negócios e de TI, e descobriu que 80% das organizações relatam aumento ou continuidade dos investimentos em iniciativas na área.

A hiperautomação utiliza ferramentas de inteligência artificial (IA), aprendizado de máquina (ML), arquitetura de software orientada a eventos, ferramentas de baixo código/sem código – low code-no code, software pronto para uso (OTTB), entre outras – para acelerar os processos gerenciais e de negócios.

Para garantir que as análises dos dados estejam em sincronia com as iniciativas de hiperautomação, as organizações precisarão de uma plataforma de integração que reúna gerenciamento de APIs, IA e ML, além de outras tecnologias de automação, para ajudar a eliminar gargalos no processo de integração de dados e de sistemas. Isso permitiria que as organizações alcançassem velocidade e maior escala na contextualização da inteligência interdepartamental.

À medida que a organização seja capaz de eliminar os silos de dados, ela poderá agregar valor ao negócio a partir de insights acionáveis derivados do compartilhamento de dados entre departamentos. Com isso, será possível continuar a construir e fortalecer a cultura organizacional para ser mais orientada por dados, com qualidade e eficiência.

Sobre o autor: Rodney Repullo, Bacharel em Física pela USP, é CEO da Magic Software Brasil. Rodney é formado pelo Instituto de Física da USP e possui um pós em Automação pela Escola Politécnica da USP. Ele atua há mais de 30 anos como empresário na área de tecnologia, principalmente em desenvolvimento e integração de software para negócios e implantação de sistemas de gestão empresarial, com especialidades nas áreas de transformação digital, integração e automação de processos, e desenvolvimento de sistemas - Low Code, BPM, ERP/CRM, Cloud Computing, SaaS, Mobilidade, Indústria 4.0 e Ensino a Distância.

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