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Especialistas discutiram tendências e desafios para saúde e entretenimento

Saúde digital e evolução tecnológica do setor de entretenimento são temáticas do 5x5 Tec Summit no Brasil.

O 5x5 TEC Summit, evento organizado pelos portais Convergência Digital, Mobile Time, Tele Síntese, Teletime e TI Inside, contou com palestras e debates sobre temas diversos nas áreas da saúde e do entretenimento, como telemedicina e open health, serviços de streaming e mercado de jogos online.

Saúde digital

Os especialistas Claudio Tafla, presidente da Aliança para a Saúde Populacional, Paulo Magnus, CEO da MV, Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil, Cristian Rocha, CEO da LAURA, e Ricardo Moraes, diretor médico de Soluções Digitais da Afya falaram sobre as transformações mais recentes nos sistemas de saúde do país.

Nesse sentido, Caio deu destaque à telemedicina, que adquiriu popularidade em decorrência da pandemia de Covid-19: "Durante a crise sanitária, a modalidade não-presencial de atendimento em saúde recebeu grande demanda e aceitação. Hoje, profissionais de saúde, pacientes e gestores percebem que o atendimento remoto é complementar ao sistema e traz vantagens".

Além disso, os especialistas fizeram previsões sobre a aplicação da inteligência artificial (IA) na medicina. "No contexto da IA, a saúde é uma das áreas com maior potencial de impacto. Porém, os dados são uma grande problemática. No mercado brasileiro, é difícil encontrar uma instituição de saúde que tenha dados bem organizados e uma governança em relação a eles. Os hospitais têm sistemas desconectados e até mesmo apresentam uma dificuldade na implementação de prontuários médicos eletrônicos", ressaltou Cristian.

Por isso, antes de implementar a IA efetivamente nas instituições de saúde brasileiras, os especialistas defendem ser preciso assegurar a implementação de uma governança de dados eficiente e a interoperabilidade de sistemas. "Para conseguirmos viabilizar o potencial da IA, é preciso ter interoperabilidade entre sistemas e entre diferentes prontuários. As instituições de saúde precisam se comunicar eficientemente", diz o CEO da LAURA.

Outro desafio para a aplicação da IA na saúde é a formação dos profissionais da área. "Os profissionais da saúde tinham, até pouco tempo, uma formação ainda muito convencional, focada em aulas em laboratório de anatomia e aulas expositivas. Agora, é necessário trazer a inovação para o dia a dia da formação, incluindo realidade virtual e simulações realistas", comenta Ricardo.

Ainda segundo o especialista, é importante que o profissional de saúde tenha formação em análise de dados, pois, ainda que o machine learning faça o trabalho burocrático (como cálculos e preenchimentos de prontuários), o médico deve saber analisar as informações e lidar com sistemas automatizados.

Durante o debate, foi mencionado, ainda, o conceito de open health, que diz respeito a uma proposta que visa tornar todos os aspectos da saúde abertos, transparentes e acessíveis. Os palestrantes comentaram que um exemplo disso seriam os protocolos de prontuário eletrônico aberto, algo que têm avançado na Europa, sobretudo no Reino Unido.

"Mas, no Brasil, estamos ainda muito incipientes no open health, pois não se tem uma aplicação prática clara para ele, e as instituições de saúde tem um receio grande e justificável sobre compartilhamento de dados, muito devido à LGPD", analisa Cristian.

Mudanças no mundo do entretenimento

O 5x5 TEC Summit teve um bloco dedicado às perspectivas de mudanças no setor de entretenimento. De início, os especialistas Adriana Naves, diretora de distribuição de conteúdos para América Latina da Roku, Maurício Almeida, CEO da Watch TV e Rodrigo Schuch, diretor executivo da Associação NEO debateram como os provedores de acesso podem agregar valor à oferta de streaming, jogos em rede e música.

"Estamos em um cenário de transformação. Os novos provedores querem um produto mais simples, querem distribuir um pacote que seja atrativo, a um preço competitivo, para um consumidor final, e ter parte dessa receita num modelo de revenue share, que é um modelo ao qual essas operadoras já estão acostumadas", analisa Adriana.

Na sequência, Márcio Kanamaru, head de telecomunicações mídia e tecnologia na KPMG e Carlos Roseiro, diretor de soluções da Huawei, falaram sobre o papel do 5G no entretenimento.

Nessa perspectiva, observam-se três frentes de abertura de novos negócios no setor: gaming, metaverso e streaming (principalmente ao vivo). Todas elas serão beneficiadas pela baixa latência e alta velocidade do 5G.

"O 5G também vai contribuir para que o conteúdo predominantemente assistido nas TVs conectadas possa migrar para os dispositivos móveis", enfatizou Carlos.

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