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Líderes discutem desafios e estratégias para mulheres em TI

Mulheres na tecnologia ainda enfrentam desafios, incluindo encontrar oportunidades para avançar e suporte da gestão. Um painel recente de mulheres em cargos de liderança de TI discutiu esses desafios.

Mulheres em cargos de TI não seja um tópico novo de discussão na indústria de tecnologia, mas isso continua a ser um desafio para as empresas –não apenas em termos de contratar mulheres, mas também retê-las, de acordo com as participantes em um painel na recente conferência virtual CXNext.

Um entrave para a retenção das mulheres é a dificuldade em escalar a escada corporativa, de acordo com as palestrantes do painel CXNext Reimagining Women in Tech.

"Cem homens são promovidos e transferidos para cargos de gerente, enquanto apenas 72 mulheres conseguem um cargo de gerente pela primeira vez –e isso continua à medida que a escada sobe," disse Purvi Trivedi, líder de engenharia de clientes do Google Cloud.

O painel também incluiu Nishita Roy-Pope, diretora de estratégia e operações da Dell; Jenn Lee, diretora de desenvolvimento de software da Audible; Beth Friday, vice-presidente de vendas técnicas da Red Hat Synergy GTM na IBM; e Erica Mayshar, gerente de consultoria de soluções da LogMeIn.

Por que as mulheres deixam a TI

"É muito importante dar a elas oportunidades de desenvolver novas habilidades. Temos um foco muito forte em permitir que elas busquem certificações profissionais. Elas estão sendo solicitadas ativamente a construir suas redes profissionais", disse Roy-Pope. "É muito importante se certificar de que sua marca pessoal está em ordem e que sua diferenciação está lá."

Uma pesquisa recente da Capital One com 250 mulheres em carreiras de TI há pelo menos oito anos e 200 mulheres que deixaram a TI constatou que 20% citaram a falta de oportunidades como motivo para deixar o setor. Outras 23% atribuíram suas saídas à falta de apoio por parte da gestão, enquanto 22% disseram não conseguir alcançar um equilíbrio satisfatório entre trabalho e vida.

"Eu acho que as razoes pelas quais as mulheres estão saindo nem sempre são necessariamente negativas," disse Liz Miller, vice-presidente e analista principal da Constellation Research. "Também se deve ao fato de que os recrutadores estão ativamente chamando essas mulheres para tentar colocá-las em outras organizações. Eu acho que há uma alta demanda por liderança sênior feminina porque a realidade é que outros estudos têm mostrado definitivamente que as mulheres no alto escalão também têm estado em empresas financeiramente mais prósperas, organizações que estão indo melhor."

Como manter mulheres em cargos de TI

As participantes trouxeram algum otimismo para as empresas que visam não apenas contratar, mas também manter mulheres em cargos de tecnologia.

"As coisas só vão mudar com o tempo, quanto mais continuarmos apoiando e promovendo diversidade, equipes diversas e permitindo que diferentes perspectivas prevaleçam e nem sempre aderindo à mesmas coisas antigas que costumavam funcionar", disse Mayshar.

Miller, da Constellation Research, concordou, explicando que o impulso para ter mulheres na indústria de tecnologia não é apenas para levá-las até lá, mas também mantê-las lá e criar visibilidade para as próximas gerações.

"Eu acho que mais meninas irão ver mulheres em posições de liderança em empresas de tecnologia - elas irão ver mais mulheres fundadoras, elas irão ver mais mulheres CEOs", disse Miller.

Quanto à nova realidade que é o trabalho remoto na maioria das empresas devido à pandemia da COVID-19, Ray-Pope disse que poderia de fato beneficiar as mulheres em TI.

"Há formas que eu realmente posso maximizar meu tempo por estar em casa", ela afirmou. "Eu acho que nós, no ambiente corporativo, estamos em uma posição única. Eu acho que, de certa forma, eu vi o campo de jogo nivelado... [trabalhar de casa] está abrindo portas para as mulheres que escolhem tirar vantagem disso. Não há redes de bastidores."

O malabarismo entre estilos de vida doméstico e de trabalho não é um desafio novo para as mulheres, disse Miller.

"Nosso dia de trabalho passou de 9 para 5 para 'Onde posso encaixar essa expectativa mínima de oito horas de trabalho por dia em um relógio de 24 horas, e como faço para ter certeza de que estou priorizando o tempo com minha equipe e tempo com minha equipe de casa?", disse ela.

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