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Conheça as principais tendências de APIs para 2024

Do ChatGPT ao Open Finance, o que podemos esperar para o desenvolvimento de aplicativos? Especialista da Sensedia apresenta resultados de estudo e compartilha dicas sobre o tema.

Em evento no último dia 23, o head de estratégia e inovação da Sensedia, Paolo Malinverno, revelou previsões para as APIs neste ano. O especialista, que atuou por 23 anos na empresa global de pesquisa e consultoria Gartner, orienta CIOs e executivos de TI na elaboração de estratégias de go-to-market e na adoção de soluções tecnológicas eficazes.

Paolo já previu tendências importantes na indústria, como o surgimento da economia de APIs (Interfaces de Programação de Aplicação). As APIs são conjuntos de padrões que fazem parte de uma interface. Elas permitem conectar sistemas, softwares e aplicativos.

As APIs também estão por trás de diferentes plataformas que utilizamos no dia a dia, como as redes sociais, o Google Maps, sites de comércio eletrônico, como o Mercado Livre, e sistemas de pagamentos, como o Paypal.

A seguir, saiba quais são as próximas tendências de APIs, com base em um estudo liderado por Paolo:

  1. IA começa a transformar as aplicações existentes

A expectativa é de que as aplicações de IA generativa, como o ChatGPT, passem a usar APIs para incorporar novas funções ou aperfeiçoar aquilo que já fazem.

"A IA generativa é uma disciplina relativamente jovem. As pessoas tendem a focar no que ela desempenha bem, como as respostas precisas que pode fornecer. Porém tanto a IA generativa quanto os chatbots podem ser inconsistentes, às vezes falhando em compreender as necessidades do usuário", observa Paolo.

Segundo o analista, além de tornar chatbots e outros tipos de IA generativa mais eficientes, as APIs podem ajudar a produzir novos conteúdos na área de marketing.

Já existem plataformas de interação baseadas em IA fazendo uso delas. Um exemplo é a Cyrano.ai, que emprega as interfaces para evitar usos indevidos.

  1. Engenharia de plataforma se torna mais sistemática

A engenharia de plataformas é a disciplina de criar capacidades user-friendly e self-service em sistemas e processos altamente complexos, para habilitar o desenvolvimento de software e a operação de aplicações, de acordo com uma definição do Gartner.

Essa engenharia passará a ser desenvolvida de forma mais planejada e criteriosa de agora em diante.

A orientação é para que as empresas deixem as plataformas serem orientadas pela demanda. Se as APIs não estiverem sendo utilizadas o suficiente, é importante descobrir o motivo antes de acrescentar novas.

Só se deve colocar algo na plataforma se aquilo tiver um potencial seguro para atender a vários consumidores.

  1. Open Finance amadurece em todo o mundo

Embora não seja uma tendência nova, o Open Finance deve passar por regulamentações (principalmente nos Estados Unidos) e se popularizar ainda mais.

"Os bancos estão percebendo que agora podem aproveitar as vantagens do Open Finance. As seguradoras estão começando a lançar plataformas nesse sentido. Então, acho que a maré está virando. Notamos um amadurecimento em vários países", pontua Paolo.

"Mesmo nos Estados Unidos, que não tinham regulamentações bancárias específicas, agora estão sendo publicados documentos sobre como compartilhar dados financeiros. Novos padrões também estão sendo aplicados", complementa.

O estudo ressaltou que as instituições financeiras perceberão que a abertura não é apenas algo que devem fazer para seus usuários ou para atender ao compliance, mas uma decisão de negócios que pode trazer novas oportunidades e receitas.

  1. API gateways múltiplos se tornam mais comuns

Embora rodar um sistema de API management (gateways e portal de desenvolvedores) de um único provedor continue sendo a melhor prática, o uso de mais gateways está se tornando mais comum.

A ação é adotada para suportar casos de uso diferentes, sobretudo em empresas de médio a grande porte. Algumas organizações nem sabem quantos API gateways estão empregando, muitas vezes devido a arranjos de governança distribuídos.

Independentemente da plataforma de API management que utilizada, as empresas devem certificar-se de que sua administração suporta múltiplos gateways e estar cientes de que podem acabar tendo mais de uma plataforma. Ainda assim, quanto menos plataformas de API management, melhor, então é mais prudente priorizar ofertas com uma visão multi-gateway.

  1. Consumo não-técnico de APIs dispara

No início da economia de APIs, o foco estava nos desenvolvedores de software, que projetam e implementam as aplicações. Mais recentemente, tendências como a engenharia de plataforma, que endereça explicitamente capabilities user-friendly e self-service, deslocaram o foco para o desenvolvedor consumidor.

"A ascensão das plataformas de low-code é notável, oferecendo um espaço em que indivíduos não-programadores podem facilmente combinar diversas funcionalidades. Essa composição, antes abstrata, tornou-se uma realidade tangível. Muitos usuários, incluindo pessoas que não são técnicas ou especialistas, agora conseguem criar aplicativos sem a necessidade de um extenso treinamento em programação", explica Paolo.

É por isso que as empresas devem se concentrar em capacidades self-service em seus portais de desenvolvedores, a fim de facilitar o consumo não-técnico de APIs de experiência.

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