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A importância da segurança para a inovação no setor automotivo

Um estudo do Netskope mostra que uma organização de manufatura média usa 1.522 aplicações únicas, das quais 98% não são gerenciadas por equipes de TI. Nessa estatística, 113 aplicações distintas são usadas para carregar, criar, compartilhar ou armazenar dados.

Os fabricantes de sistemas ou componentes originais (OEMs) automotivos estão trabalhando para entender melhor a jornada de mudança do cliente em relação a seus produtos e identificando oportunidades de crescimento por meio da integração digital em todas as áreas do negócio.

O desafio está na execução, pois uma mudança tão profunda impacta todas as partes da indústria automotivas, muda os rumos da área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), enriquece a inovação de produtos e as experiências digitais e ainda amplia os modelos de parceria para chegar ao consumidor. 

No ano passado, a consultoria McKinsey divulgou recomendações aos CEOs de fabricantes e montadoras de automóveis para garantir o crescimento e a margem da próxima geração, conseguir a transformação do produto e reformular a organização e a estratégia para se adequar ao novo cenário de negócios. Entre as ações estratégicas recomendadas se destacam a adoção da nuvem, e utilização de ferramentas avançadas, como analytics.

Os dados de um estudo do Netskope Threat Labs mostram que uma organização de manufatura média (de 500 a 2.000 usuários) usa 1.522 aplicações únicas, das quais 98% não são gerenciadas por equipes de TI. Esta porcentagem é maior que a média de outros setores. Nessa estatística, 113 aplicações distintas são usadas para carregar, criar, compartilhar ou armazenar dados.

A adoção da nuvem significa que não se pode mais proteger efetivamente a atividade e os dados de uma organização na nuvem usando appliances on premises. Ao fazer isso, ignora-se a realidade atual de como as pessoas estão trabalhando, sua localização e a dos dados que estão sendo compartilhados. De fato, uma pesquisa realizada no final de 2021 na Alemanha e Reino Unido, constatou que 99,5% dos líderes de TI britânicos e alemães estão criando projetos de rede e segurança para os próximos cinco anos. Cerca de 62% já iniciaram esses projetos ou planejam iniciá-los nos próximos 12 meses.   
Assim como toda a inovação em curso no setor automotivo, a segurança e a transformação das redes para um modelo secure access service edge (SASE) nesta indústria traz as seguintes vantagens:

  • Quando a segurança é baseada na nuvem e centrada nos dados, os usuários e a localização dos dados não são mais fatores limitantes. Ambos podem ser protegidos independentemente da localização ou do dispositivo de acesso, permitindo que as empresas automotivas se beneficiem do trabalho híbrido e da fluidez geográfica;
  • Uma compreensão dos tipos de dados e do uso que se faz deles significa que as políticas podem ser projetadas de forma mais granular do que simplesmente permitir/bloquear. Isto significa que as equipes de segurança podem aceitar mais parcerias, aplicações de produtividade e compartilhamento colaborativo de dados, sem expor a propriedade intelectual ou informações comercialmente sensíveis a riscos indevidos;
  • Proteger os dados, não a aplicação, significa que a visibilidade da segurança não inclui apenas as aplicações sancionadas. Reconhece também os 98% de aplicações em nuvem não gerenciadas, evitando o conflito constante da busca por aprovações de segurança demoradas que podem levar meses até que uma aplicação seja considerada útil. A arquitetura SASE também garante que os dados sejam protegidos onde quer que trafeguem no decorrer do processo produtivo; na nuvem, na web, ou em qualquer dispositivo;
  • Na primeira metade de 2022, 85,7% dos ataques reportados à manufatura foram de ransomware, crime cibernético onde o atacante exige um resgate financeiro em troca dos dados roubados. No entanto, mesmo que a mitigação dos custos dos ataques seja deixada de lado, as empresas estão relatando uma economia de milhões de dólares com a adoção de SASE, pois observam benefícios em termos de custos por meio da consolidação de fornecedores e da integração da gestão tecnológica, bem como uma redução significativa nos custos de rede;
  • A experiência do usuário é melhorada significativamente, onde quer que o trabalho híbrido seja desempenhado pelos funcionários, sem comprometer uma rede obtusa, enviando tráfego de dados de e para locais apenas para fins de segurança;
  • As organizações têm muito mais controle sobre as jurisdições a que seus dados estão sujeitos, e têm a garantia de maior controle sobre a privacidade e a conformidade com a proteção de dados.

Embora o setor automotivo inicialmente tenha sido relutante em adotar a nuvem devido às preocupações com segurança e proteção de dados, hoje já podemos dizer que esta prática está superada. De fato, espera-se que o mercado específico da nuvem no setor automotivo alcance o valor de US$ 6 bilhões até 2027, impulsionado pela evolução dos “veículos conduzidos por software”. O software é, em essência, um sistema de organização e apresentação de dados, e como tal, o Veículo Definido pelo Software é um veículo construído a partir de dados. Seja olhando para o produto final, seja para os processos industriais e operacionais, os dados estão agora conduzindo a indústria automotiva.

Sobre o autor: Claudio Bannwart é country manager Brasil da Netskope.

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