Tendências para a implantação de rede 5G em 2021

Um dos aprendizados de 2020 é a relevância de permanecermos conectados ao restante do mundo, e é isso que vai impulsionar as tecnologias para este ano, sinaliza a CommScope.

O ano de 2020 foi caracterizado por eventos tão particulares que modificaram a dinâmica social em todo o mundo. A conectividade nunca foi tão importante, e é exatamente nisso que o setor de telecomunicações está concentrando seus esforços, para construir um futuro onde a conexão seja verdadeiramente acessível a todos.

Alcançar essa meta requer uma aceleração nas implantações de rede 5G em todo o mundo, bem como o lançamento de espectro adicional pelos governos, o que permitirá que mais usuários e seus dados sejam suportados. Da mesma forma, a desagregação das RAN (Radio Access Networks) deve continuar à medida que as implementações de Open RAN ganham impulso e dão início a uma nova geração de produtos e tecnologia inovadores.

Planejar essa estratégia para que seja funcional será importante para o setor de telecomunicações, porém conhecê-la e implementá-la é uma tarefa indispensável para as operadoras que compartilham o interesse em melhorar a conectividade em um mundo que desenvolveu novos problemas em torno da tecnologia durante os últimos meses.

Por essa razão, abordaremos esses três aspectos capazes de ajudar a alcançar um futuro com melhor conectividade.

Implementação de redes 5G em 2021

A pandemia de Covid-19 afetou significativamente a implantação de redes 5G em algumas regiões. No entanto, a chegada ao mercado de smartphones que possuem esse tipo de tecnologia - como o Samsung Galaxy S20 e o iPhone 12, da Apple - impulsionou seu desenvolvimento.

Para alcançar seu objetivo, as operadoras podem avaliar os benefícios que as implementações de Massive MIMO (Multiple Input/Multiple Output) podem trazer para a implantação da rede 5G na região, uma vez que, embora a Massive MIMO aumente a eficiência espectral para oferecer mais capacidade de rede e maior cobertura, os custos adicionais e os requisitos de energia podem significar uma desvantagem operacional.

As implementações de Massive MIMO são ideais para o ambiente urbano denso, mas as operadoras devem estar preparadas para enfrentar os desafios presentes nesses cenários. Houve casos em edifícios altos onde nem todos os andares eram cobertos pela rede. Por este motivo, é fundamental que as operadoras selecionem a antena ideal de acordo com a arquitetura onde será implementada.

Nossa recomendação para um tráfego pesado de dados em edifícios urbanos altos é 64T64R, 32T32R em estruturas urbanas mais baixas e 32T32R ou 16T16R em regiões suburbanas. Em áreas rurais, a melhor opção é 32T32R (FWA) e, para locais que tenham um tráfego moderado, as soluções 8T8R podem ser implementadas para cobrir adequadamente edifícios urbanos baixos.

Os governos e o espectro de banda 

Gerenciar o espectro para acomodar mais usuários e dados é essencial para tornar a conectividade acessível a todos. No entanto, em muitos países latino-americanos, a maior parte do espectro é fornecida pelo governo ou por empresas privadas que oferecem serviços de internet sem fio.

Para expandir o espectro em nossa região, a regulamentação governamental que busca mitigar o impacto nos serviços de banda larga existentes é essencial. Apesar dos desafios que isso representa para os fornecedores, espera-se que os governos liberem espectro para as implantações 5G e para as redes do futuro.

Planos para a implementação de novas redes já estão sendo desenvolvidos em alguns países. Na Colômbia, por exemplo, espera-se que a partir deste ano uma rede LTE de banda baixa seja implementada nas áreas rurais, enquanto em Porto Rico as operadoras Massive MIMO e fornecedores de serviços de internet sem fio terão permissão para implementar redes LTE adicionais. Além disso, o Chile realizará um leilão de espectro 5G, com um total de 1800 MHz distribuídos em quatro bandas: 700 MHz, AWS, 3,5 GHz e onda milimétrica (26 GHz).

Esse tipo de leilão de espectro poderá tornar-se muito popular na América Latina em 2021, pois transformou-se em uma nova fonte de receita para o governo. No entanto, há países que adiaram a iniciativa, como o Brasil, que espera para os próximos meses o leilão do espectro 5G em quatro bandas diferentes (700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz), e o México, onde um leilão de 3,5 GHz para 5G está programado para o segundo semestre de 2021.

Open RAN, uma nova geração de tecnologia

O Open RAN é um novo paradigma no qual as redes de celulares incluirão componentes de hardware e software de diferentes fornecedores, operando por meio de interfaces de rede aberta, ou seja, “interoperáveis”. Essa inovação dará início a uma geração nunca antes vista de produtos e tecnologias e proporcionará benefícios para as operadoras de serviços móveis:

  • Ajudará a reduzir custos ao empregar equipamentos de processamento prontos para serem usados pela unidade de banda base e a mercantilização de hardware RU;
  • Admitirá a desagregação de software do hardware proprietário, o que facilitará a criação e implantação rápida de novos serviços;
  • Fortalecerá a cadeia de suprimentos, à medida que novos fornecedores entram no mercado, e permitirá uma maior integração de soluções.

Ao permitir a interoperabilidade dos dispositivos móveis, a Open RAN está desempenhando um papel na implantação da tecnologia 5G que será indispensável para as implementações de conectividade que começarão a ser procuradas.  

O setor de telecomunicações está construindo um futuro onde a conectividade será mais acessível e onipresente em toda a região. As redes 5G terão uma implantação favorável para o mercado latino-americano, à medida que novos dispositivos móveis surgirem, pois incluirão tecnologia inovadora e proporcionarão a pesquisa por um espectro maior, acomodando cada vez mais  usuários, o que será um passo a mais em direção ao futuro das redes.

 Sobre o autor: Rogério Ferro é diretor da CALA Mobility Service Provider na CommScope.

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