
Tecnologia atinge 25% do PIB de Florianópolis
Florianópolis possui mais de 6 mil empresas de tecnologia, que geram aproximadamente 38 mil empregos em Santa Catarina. Dados da Rede de Inovação mostram que o faturamento de faturamento de soluções de tecnologia na região atingiu R$12 bilhões.
Florianópolis é hoje a capital brasileira com a maior representatividade da tecnologia no PIB municipal e, entre todas as cidades do país, está atrás apenas de Barueri, em São Paulo. Com o setor representando uma fatia de 25% do PIB (Barueri tem 27,2%), a capital catarinense se sobressai em nível nacional com um desenvolvimento econômico sustentável e voltado à inovação e com um faturamento de R$12 bilhões em 2023, o décimo maior do Brasil — com um crescimento de 23,4% desde 2018. Os dados inéditos foram divulgados pela Rede de Inovação de Florianópolis.
Em relação ao PIB, o número de 25% mostra um crescimento relevante em relação aos últimos anos. Segundo dados da prefeitura, em 2019 o segmento de tecnologia representava cerca de 14% do PIB municipal. A ampliação se dá por resultados importantes obtidos recentemente, como um crescimento no faturamento do setor que se mantém acima dos 3% anualmente e, em 2023, foi o terceiro maior do Brasil — atrás apenas de Belo Horizonte e Brasília.
A alta no faturamento é puxada por um ecossistema que envolve empresas de tecnologia com diferentes características e de todos os portes. Conforme o levantamento, 46 empresas sediadas em Florianópolis possuem faturamento anual acima dos R$10 milhões, com algumas atingindo marcas acima dos R$100 milhões e outras passando dos R$500 milhões e beirando a marca de R$1 bilhão por ano. Destacam-se empresas de grande porte que ajudaram a consolidar a vocação tecnológica da capital, como Softplan, Nexxera, Dígitro e Pixeon, todas mantendo sedes em Florianópolis mesmo após movimentações nacionais e internacionais nos negócios. Há ainda os casos de empresas como RD Station e Neoway, fundadas em Florianópolis e, nos últimos anos, adquiridas por outras empresas em acordos bilionários.
Para o secretário de Turismo, Desenvolvimento Econômico e Inovação de Florianópolis, Juliano Richter Pires, a capital catarinense está no caminho da consolidação como um polo de inovação nacional e internacional:
"Somos a capital brasileira com a maior representatividade da tecnologia no PIB municipal. Esses números demonstram o nosso compromisso com a inovação e o empreendedorismo. Vamos continuar trabalhando para fortalecer nosso ecossistema de tecnologia e consolidar Florianópolis como um polo de inovação nacional e internacional", explica o secretário.
De acordo com o levantamento, Florianópolis possui cerca de 6,1 mil empresas de tecnologia, que geram aproximadamente 38 mil empregos, representando 45% de todos os postos de trabalho em tecnologia em Santa Catarina. Nacionalmente, os números colocam Florianópolis como o sétimo maior mercado de trabalho em tecnologia no Brasil, com um crescimento anual que supera as outras capitais da região Sul, Curitiba e Porto Alegre.
“Florianópolis saiu de um pequeno polo tecnológico para se tornar um dos principais ecossistemas de inovação do Brasil, com um trabalho em conjunto de empreendedores, universidades e poder público. Temos de seguir inovando e investindo para que esse crescimento não desacelere e, junto de toda Santa Catarina, nos tornemos um ator de relevância global no meio da tecnologia e inovação. Para isso, a sinergia entre os diferentes poderes é fundamental em ações de estímulo à atração de investimentos estratégicos e formação de talentos qualificados”, destaca Diego Ramos, presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), gestora da Rede de Inovação em parceria com a prefeitura de Florianópolis.
Reconhecida em 2024 como a Capital Nacional das Startups, Florianópolis ostenta também o apelido de “Ilha do Silício”, e as estatísticas comprovam o destaque municipal para o empreendedorismo voltado à inovação e tecnologia. Conforme o levantamento, a maior parte das empresas do setor na capital concentra-se em faixas de faturamento menores. As empresas que faturam até R$81 mil representam 42% do total, seguidas por 46% com faturamento entre R$ 81 mil e R$ 360 mil. Isso mostra uma predominância de pequenas e microempresas, o que é comum em ecossistemas de inovação e startups, onde muitas empresas ainda estão em fase de crescimento ou desenvolvimento inicial.
Em relação ao perfil das empresas, o ecossistema de tecnologia de Florianópolis segue um aspecto comum em Santa Catarina: o de estar voltado especialmente ao modelo B2B. A maior parte dos empregos gerados na capital são em empresas que atuam com tratamento de dados, hospedagem online e outras atividades relacionadas.
Todas as informações do Observatório de Inovação de Florianópolis estão disponíveis no link.