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Boom global no mercado ilegal para certificados falsos de vacinas

A falsificação de certificados se tornou uma "indústria" totalmente desenvolvida e que se expande rapidamente por diversos países, incluindo o Brasil que oferece cartão falso ao preço de US$ 80.

A Check Point Research (CPR), divisão de inteligência em ameaças da Check Point Software Technologies, identificou um boom global no mercado ilegal de certificados falsos de vacinas contra a COVID-19, que se utiliza do aplicativo Telegram para comercialização, após o anúncio do plano de vacinação obrigatória feita pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

O mercado ilegal de certificados falsos de vacinas tem se expandido por 29 países, nove dos quais são novos entrantes: Áustria, Brasil, Letônia, Lituânia, Malta, Portugal, Singapura, Tailândia, Emirados Árabes Unidos. Em relação ao preço dos certificados falsos de vacinas houve um aumento global, incluindo os Estados Unidos, onde o preço dobrou de US$ 100 para US$ 200; enquanto no Brasil o valor é de US$ 80.

Em 10 de agosto, a CPR verificou que havia cerca de 1.000 vendedores no Telegram, sendo que agora o número é de 10.000 fornecedores alegando oferecer certificados falsos de vacina, o que representa um aumento na proporção de dez vezes. Também houve um aumento de 12 vezes mais no número de assinantes.

No aplicativo Telegram, os vendedores que comercializam os certificados falsos de vacinas se organizam em grupos. Cada um dos grupos tem uma base de assinantes, indicativo de demanda. Antes do anúncio de Joe Biden, a equipe da Check Point Research observou grupos com cerca de 25.000 assinantes. O anúncio do presidente dos Estados Unidos resultou em uma aceleração imediata no número de assinantes e seguidores, com alguns grupos chegando a atingir um máximo de 300.000 seguidores, um número que não havia sido visto anteriormente pelos pesquisadores.

A CPR verificou ainda que os fornecedores inovaram nas técnicas de vendas usando bots que criam certificados no local.

"Temos estudado o mercado ilegal de serviços fraudulentos envolvendo o tema do coronavírus durante todo este ano. Em janeiro, o mercado ilegal ocorreu principalmente na Darknet, onde era necessário um software especial para acessá-lo. Naquela época, o mercado provavelmente foi projetado para revendedores, pessoas que podem distribuir produtos falsificados em grandes quantidades dentro de áreas geográficas específicas. Nos últimos nove meses, testemunhamos uma consumerização em massa do mercado ilegal por uma macromudança desse mercado para o Telegram", explica Oded Vanunu, head de pesquisa de vulnerabilidades de produtos da Check Point Software Technologies.

De acordo com Vanunu, o Telegram atrai os fornecedores por seu anonimato, alcance e escala.

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