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O uso indevido de serviços em nuvem resulta em perda de dinheiro
Segundo a SoftwareOne, os serviços de nuvem subutilizados podem trazer dispêndio financeiro, de tempo e de dados às empresas.
A utilização de serviços de nuvem tem se consolidado como uma realidade no ambiente corporativo brasileiro, conforme aponta um levantamento recente da Locaweb. De acordo com a pesquisa, 86% das empresas no país já utilizam soluções de cloud computing em suas operações diárias. No entanto, apesar da ampla adesão, as organizações ainda enfrentam desafios para utilizar, de forma estratégica e eficiente, o potencial da nuvem, e acabam repetindo um erro recorrente: o desperdício digital, que resulta em ambientes mal gerenciados, recursos subutilizados e falta de alinhamento entre a tecnologia e os objetivos do negócio.
Este tipo de desperdício ocorre quando uma empresa, por diferentes motivos, perde tempo, dinheiro e dados com o uso inadequado de tecnologias. No caso dos serviços de nuvem, o problema se manifesta, sobretudo, quando uma organização não consegue aproveitar todo o espaço da cloud que contratou, criando um custo com espaços ociosos.
Esse comportamento pode ser comparado, em uma escala individual, à compra de um celular. É comum que o consumidor opte por um modelo de maior capacidade de armazenamento, ainda que, ao longo do uso, jamais utilize todo o potencial disponível. No contexto corporativo, ocorre algo semelhante, com uma diferença relevante, uma vez que as empresas pagam assinaturas recorrentes, muitas vezes em dólares, para manter recursos de nuvem ociosos.
Em muitos casos, uma parcela significativa desse ambiente permanece subutilizada, gerando custos desnecessários e comprometendo a eficiência financeira e operacional das organizações. De acordo com a pesquisa da Statista, 30% dos investimentos das empresas com os serviços de nuvem acabam sendo desperdiçados. O número é especialmente alto quando se considera que a tendência reconhecida no mercado é que o investimento em clouds deve continuar crescendo nos próximos anos. Esse cenário reforça a importância de uma gestão estratégica e otimizada dos recursos em nuvem, capaz de equilibrar inovação, eficiência e controle de custos.
Problemas nas duas pontas
Além de representar perdas financeiras para as empresas, o desperdício digital também representa uma preocupação para as provedoras dos serviços de nuvem. Quando os clientes contratam recursos de clouds e não os utilizarem integralmente, essas companhias são obrigadas a manter estruturas de datacenter para sustentar esse espaço ocioso. Se esse comportamento se repetir em grande escala, pode elevar os custos de expansão de infraestrutura, impactando diretamente na eficiência operacional e no planejamento estratégico dos provedores e, indiretamente, em todo ecossistema de nuvem.
Outra fonte de preocupação está no próprio relacionamento com o cliente, visto que a subutilização pode ser confundida com uma baixa eficiência da própria nuvem contratada. Esta decepção pode resultar tanto em relutância para renovar o serviço, quanto na limitação da vontade de adquirir novas tecnologias e ferramentas que poderiam somar-se à cloud.
Cloud sustentável
Diante da crescente conscientização sobre o desperdício digital, serviços de consultoria já estão sendo incluídos em diversos contratos de nuvens. Isso significa que, se uma empresa suspeita que está subutilizando a cloud, ela pode contatar a fornecedora e solicitar uma análise sem custos adicionais. Com recomendações práticas, a consultoria ajuda empresas a alinharem o uso da nuvem às melhores práticas ESG, aumentando a eficiência operacional e diminuindo o impacto ambiental.
O acompanhamento contínuo garante que os recursos sejam utilizados de forma inteligente, evitando ociosidade e promovendo inovação responsável. Assim, as empresas conseguem transformar a gestão da nuvem em um diferencial competitivo sustentável. Ao realizar um diagnóstico detalhado do uso da nuvem, as organizações passam a ter uma visão renovada de como expandir o uso desse tipo de solução, como usar este espaço ocioso para aumentar a eficiência no dia a dia e enxergam novas ideias de tecnologia que desejam adquirir.
Uma vez que o mercado já entende o fenômeno do desperdício digital, buscar por diagnósticos e insights personalizados tem se tornado tão necessário quanto a adoção ou modernização da tecnologia. Seja por uma necessidade dos clientes ou das provedoras, o fato é que não basta mais só ter a nuvem, o futuro vai beneficiar as clouds sustentáveis.
Sobre o autor: Samir Chuffi é Pre Sales Leader da SoftwareOne. Ele é um profissional com 25 anos de carreira, incluindo 15 anos em engenharia, produtos, vendas e cargos de gestão em empresas como SoftwareONE, Vivo, Telefónica Digital, Oi e Huawei. Samir tem experiência na liderança de equipes de pré-vendas e soluções técnicas, com foco em contas estratégicas e corporativas.