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Por que alguns CIOs ainda resistem ao cloud computing?
Ainda há CIOs que preferem a chamada solução on-premise, ou seja, optam por manter um servidor dentro da empresa. Por quê? O CEO da Vockan nos deixa algumas considerações a serem levadas em conta.
Ser líder é tomar decisões o tempo todo. Algumas mais fáceis e objetivas, outras mais complexas e com poder de gerar impacto direto nos negócios. Quando falamos em transformação digital, nem sempre há só uma resposta certa, porém, há tecnologias que vão ganhando mercado e ampliando sua penetração, posicionando-se –muitas vezes– como escolhas óbvias.
É o caso do cloud computing. Nos últimos anos, essa tecnologia tem avançado e conquistado mercado exponencialmente, de acordo com pesquisas realizadas pelo Gartner. Para o diretor sênior da instituição, Henrique Cecci, “não existe estratégia de negócios sem estratégia de cloud computing”. Parte desse sucesso se deve ao fato de que esse tipo de solução oferece atualizações mais rápidas, comporta grande quantidade de processamento de dados e tira das empresas a preocupação de manter um servidor robusto.
Ao focarmos no mercado de sistemas integrados de gestão (ERP), temos uma quantidade enorme de dados gerados por linhas de produção que não podem parar. É um volume de processamento altíssimo e qualquer dissonância pode levar a grandes perdas financeiras reais. Contudo, ainda há CIOs que resistem ao cloud computing e preferem a chamada solução on-premise, ou seja, optam por manter um servidor dentro da empresa. Por quê? Alguns aspectos podem ser componentes importante dessa resposta:
1 – Percepção sobre custo. Muitas lideranças ainda não possuem uma visão holística sobre os custos de suas operações. É comum que somente os custos financeiros diretos sejam considerados. Assim, ao fazer a conta básica do investimento para contratação de uma solução em nuvem, cujas licenças e permissões muitas vezes são praticadas em dólar, pode parecer que compensa economicamente manter um servidor dentro da empresa. De acordo com o Gartner, o custo da nuvem no Brasil é 78% superior ao dos Estados Unidos, por exemplo.
Porém, o que não está sendo visto são os custos indiretos e, especialmente, os invisíveis – qual o custo do espaço consumido pelo seu servidor, quanto você paga pelas garantias tanto dos servidores quantos dos softwares e consultorias técnicas, por exemplo? É o chamado Total Cost Ownership, ou Custo Total de Propriedade.
2 – Segurança e confiabilidade. É natural que haja uma inclinação a confiarmos mais naquilo que podemos ver e tocar. Ter uma sala repleta de processadores consumindo energia elétrica, com profissionais podendo checar se está tudo operando de maneira conforme pode parecer a solução mais segura. Mas o cloud computing oferece vários níveis de segurança e visibilidade sobre os passos de cada usuário. Ao contrário de a informação residir em uma máquina, ela compõe uma rede complexa e ágil para identificar quebras de padrão na usabilidade.
Em termos de segurança, temos visto com certa frequência notícias sobre ataques ransomware – quando os dados da empresa são sequestrados e fortunas são pedidas como resgate. Os impactos podem ser ainda maiores quando as operações precisam ser paralisadas, afetando não só a receita como a reputação das companhias. Nesse sentido, o ERP na nuvem tende a ser mais seguro. Contudo, digo sempre que o CIO deve se preocupar com a estrutura que está sendo proposta, assegurando-se de que o fornecedor garanta –além das certificações de segurança do ambiente em que o sistema roda– também que todo o pessoal que tem acesso ao ambiente seja certificado, independentemente de onde ele aconteça.
3 – Tradição. Sabe a velha máxima “em time que está ganhando não se mexe”? Então, muita gente ainda pensa assim. “Se até agora estamos indo bem, por que devemos adotar outro tipo de solução?”, os resistentes podem dizer. O cloud computing já está há tempo suficiente no mercado para não ser mais uma inovação. Trata-se de uma tecnologia experimentada e democratizada.
Segundo o Gartner, o Brasil enfrenta alguns desafios particulares na implementação das soluções em nuvem como questões regulatórias para alguns setores e a concentração da tecnologia em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro. Apesar disso, empresas que querem crescer precisam pensar na escalabilidade de seus sistemas. Se você precisar processar 20% a mais de dados amanhã, como vai ser? Aumento no volume de processamento também exige maior capacidade de interpretação das informações, seja por parte dos servidores em si, de um time de profissionais ou da inteligência artificial.
Nosso mundo está tão acelerado que há quem diga que em dois anos as tecnologias já podem ser declaradas obsoletas, já que há algo novo e inovador sendo lançado para substituí-las. O 5G promete impactar definitivamente o mercado de data centers. Essa movimentação constante nos mostra que quem não se preparar para dar os próximos passos pode perder vantagem competitiva e aumentar o vale que separa empresas que já estão com a transformação digital a todo vapor.
Sobre o autor: Fabrício Oliveira é CEO da Vockan. Com mais de 15 anos de carreira na QAD, o executivo foi responsável pela implementação de diversos projetos de ERP, contribuindo na reestruturação da área de serviços e na utilização de ferramentas de usabilidade global. Como Head de Operações, liderou os times de Vendas, Suporte e R&D no Brasil.
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