Por que investir em processos de automação?

Ao permitir que os robôs executem tarefas repetitivas, os recursos humanos podem se concentrar em outras tarefas, para o benefício da organização e melhoria das capacidades das pessoas.

A automação de processos é uma das tendências que tem estado presente nas maiores empresas e indústrias há muitos anos, mas, com a situação gerada pela Covid-19, muitas empresas se voltaram agora para ela.

Várias companhias que já possuíam essas soluções conseguiram reduzir custos, investir em marketing, aumentar a produtividade, entender todos os processos e reduzir falhas.

De acordo com o relatório “Future of Jobs 2018”, publicado pelo World Economic Forum (WEF), a taxa de adoção de robôs difere entre os vários setores de negócios: de 23% a 37% das organizações que planejam investir neste segmento durante o período 2018-2022 incluem robôs não humanoides.

No setor de automação de plantas industriais estão os robôs físicos, aqueles que fazem com que as fábricas continuem funcionando em níveis que permitam às empresas serem lucrativas.

Segundo Manuel Sordo, diretor geral para o México da Universal Robots, a automação dessas máquinas sempre esteve mais relacionada a grandes empresas, como o setor automotivo ou de bebidas, “porque não é fácil e não é econômico”. “Estamos falando de um processo que tem determinados ciclos, ou um retorno sobre o investimento muito forte (ROI)”, diz. Mas agora, sua adoção está sendo democratizada em todos os setores e, segundo o executivo, até nas marcenarias.

Os robôs colaborativos estão possibilitando, agora, que pequenas e médias empresas (PMEs) tenham essas tecnologias de automação muito mais baratas, “que o próprio usuário pode instalar ou, em questão de minutos, fazer alterações no programa, trabalhando em poucas”. “Desde o momento em que saem da caixa, essas tecnologias podem funcionar em turnos, realizando diferentes processos, com o objetivo de aumentar o retorno do investimento”, afirma Sordo.

Existem, também, robôs móveis autônomos para transporte de materiais, logística de plantas, automação e otimização de processos. Estão presentes em laboratórios médicos, empresas que comercializam bens de consumo pessoal e “todas essas indústrias que também têm a necessidade de automatizar seus processos internos, principalmente agora com a situação da pandemia”. “Embora muitas empresas tenham mudado a forma de trabalhar, ainda precisam acelerar os processos”, diz Omar Aquino, gerente regional de vendas para o México e América Central da Mobile Industrial Robots.

Por outro lado, existem os Process Automation Robots (RPA), ou seja, os robôs de software que estão sendo mais utilizados nas empresas para realizar processos rotineiros de negócios, imitando as formas como as pessoas interagem com as aplicações de software. Este mercado está mostrando sinais de crescimento significativo, à medida que as organizações estão usando essas soluções em conjunto com outras tecnologias cognitivas, como reconhecimento de voz, processamento de linguagem natural e o aprendizado automático para automatizar tarefas perceptivas e baseadas em julgamento, antes reservadas para usuários.

“Quando falamos em automação, só pensamos em robôs físicos, mas há também a nova tendência, os robôs de software, que não são vistos, também chamados de assistentes digitais. Esse software se instala como se fosse um usuário físico, integrando processos como uma pessoa”, afirma Octavio Camarena, diretor da KIO Application Management.

Segundo o especialista da KIO, esses robôs apresentam um alto benefício em termos de custo-benefício, pois podem realizar o trabalho de três a seis pessoas, operando em turnos de 24 horas, sete dias por semana.

“Esses robôs são um complemento à Internet das Coisas (IoT), pois possuem rastreabilidade dos processos e auxiliam na obtenção de informações de cada um deles, bem como da cadeia de suprimentos, para que ajudem a melhoria contínua”, diz Camarena.

A integração das tecnologias cognitivas com RPA estende os processos de automação a alguns outros que exigem um tipo de percepção, discernimento ou pensamento abstrato. Um exemplo disso seria, com a soma de processamento de linguagem, tecnologias de chatbot, reconhecimento de voz e tecnologia de visão computacional, que poderiam extrair e estruturar informações de áudio, texto ou imagens de fala e passar essa informação estruturada para a próxima etapa do processo.

Outro exemplo: o aprendizado de máquina pode identificar padrões e fazer previsões sobre os resultados do processo, ajudando o RPA a priorizar ações. “Ao 'ensinar' esses RPAs, a taxa de erro é zero, e o tempo que eles levam para realizar suas tarefas é mínimo. Enquanto um indivíduo leva meia hora para realizar um processo, um robô pode realizá-lo em menos de dois minutos”, diz Camarena. “Na situação atual, as empresas estão em busca de soluções e, agora, com a convergência do RPA e da inteligência artificial, esses robôs são projetados para processos repetitivos e padronizados, mas, ao mesmo tempo, a inteligência artificial está dando a eles a capacidade de tomar decisões e encontrar anomalias, bem como encontrar informações que antes era humanamente impossível.”

Apesar da aparente complexidade, é um processo mais simples do que parece. Manuel Sordo comenta que sempre vimos automação em grandes empresas e indústrias, como a automotiva, porque trata-se de algo que não é fácil, nem econômico. “Estamos falando de um processo que tem certos ciclos ou um retorno sobre o investimento muito forte, mas agora existem soluções de automação que não dependem dos obstáculos tradicionais, o que as torna econômicas, além do fato de que o usuário pode instalá-las em questão de minutos, realizar alterações de programa e, em questão de horas, pode estar trabalhando e assim obter um retorno quase imediato do investimento”, explica o diretor da Universal Robots.

As grandes empresas estão sempre buscando novas capacidades de automação, a fim de tornar seus processos mais produtivos. No entanto, segundo Sordo, “o pequeno empresário não pode fazer isso às suas próprias custas e longos ciclos de investimento, o que os leva a acreditar que os processos tecnológicos não são para eles”.

No fim, as grandes empresas que estão adotando soluções de automação se restringem a alguns setores que “estão se reinventando e que estão entre os primeiros a usar novas tecnologias, como é o caso do mercado de seguros”. “Com o RPA não é diferente, embora processos robotizados possam ser aplicados a todas as indústrias e portes de empresas, pois em todas elas há tarefas longas e repetitivas que podem ser automatizadas, liberando os seres humanos para iniciativas mais relevantes”, conclui Octavio Camarena, da KIO.

Conclusão

Os possíveis benefícios da implementação de tecnologias cognitivas, por meio de estruturas RPA, incluem uma implementação mais rápida com menos esforço e um retorno sobre o investimento mais rápido do que o desenvolvimento interno ou os investimentos em plataforma.

É uma visão além dos bots básicos. Ao programar sistemas de automação, as melhorias cognitivas devem ser consideradas. O RPA cognitivo pode não apenas melhorar a automação de escritórios centrais, como também ampliar o escopo das possibilidades de automação.

Também é crucial revisar os modelos de talento. As empresas que implementam o RPA tendem a se concentrar nas oportunidades para eliminar empregos, mas também podem ganhar a capacidade de dimensionar suas operações e lidar com os picos de demanda com mais intensidade.

O uso de RPA cognitivo pode apresentar oportunidades para redesenhar cargos e realocar pessoas para funções de maior valor, incluindo aquelas de atendimento ao cliente e de solução de problemas.

 

 

 

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